A Zeno Media Station Rádio Underground : 50 anos do Album Black sabbath

domingo, 16 de fevereiro de 2020

50 anos do Album Black sabbath




1 dia. Apenas 1 dia. Esse foi o tempo que o Black Sabbath levou para parir um monstro chamado heavy metal , em fevereiro de 1969, mais precisamente no dia 13.Há 50 anos atrás foi jogada a última pá de cal na era hippie, a era paz e amor. Em meio a um mundo de fantasia ,ocasionado pelas viagens regadas a lsd e outras substâncias, representado por nomes como The Mamas and The Papas, Beatles,etc...o Black Sabbath surgiu com uma atmosfera densa, pesada,lúgubre e pessimista, diferente de tudo que já havia sido feito até então. O disco, antes mesmo de ser ouvido já dava sinais de que não se tratava de algo comum. Em contraste com as capas da época (sempre coloridas,floridas e com citações geométricas,budistas,hindus e um monte de outras viagens), a capa desse disco trazia uma senhora de aparência medonha em frente ao que parecia ser uma casa mal assombrada. A imagem assustadora foi feita em frente ao Mapledurham, situado no rio Tâmisa, em Oxfordshire, Inglaterra. A modelo se chamava Louisa Livingstone e nem mesmo os integrantes do Black Sabbath sabiam quem ela era, embora achassem que o nome da mulher fosse Louise e citassem que, em determinada ocasião no passado, ela chegou a visitá-los no camarim de um show, se apresentando aos músicos.
Mas vamos ao som. O barulho de chuva , os trovões e os sinos soavam como uma trilha de filme de suspense, mas o monstro levou ainda 40 segundos para sair da jaula. No momento em que Tony Iommi se apoderou do trítono ( que consiste em abaixar meio tom no quinto grau da tônica do acorde) o estrago estava feito. Segundo a igreja católica,esse era o intervalo do diabo, devido à tensão provocada em seus ouvintes , por conta disso em muitas composições antigas esse tipo de sequência de notas foi banida e combatida pelos religiosos. Soma-se isso a bateria arrastada e pesada de Bill Ward, o baixo pesado e atmosférico de Geezer Butler e um vocalista de timbre anasalado, um tal de Ozzy Osbourne ,cantando como se amaldiçoasse a todos que estivessem escutando e estava pronto a abertura daquele disco que influenciaria todas (veja bem , eu disse TODAS) as bandas de heavy metal posteriormente. O massacre segue, com a pesada e estranha The Wizard precedendo Behind The Wall of Sleep. Em seguida um clássico, com uma letra pra lá de nefasta, chamada N.I.B. Um solo de baixo carregado de wah wah promete a quem ouve uma música mais groovada , porém a promessa é quebrada assim que entra o riff principal de Tony. Uma pancada na orelha seguido por alguns versos de Ozzy onde diz entre outras coisas: “Meu nome é Lúcifer, por favor pegue minhas mãos...”, fazendo qualquer bandinha de black metal posterior parecer a xuxa. O disco segue com Evil Woman (mais um trabalho fantástico de Tony), Sleeping Village , os mais de 10 minutos de The Warning e Wicked World ( que só aparece na versão americana e posteriormente numa versão remasterizada de 1996). É difícil imaginar a música pesada sem o Black Sabbath, especialmente esse primeiro disco. Desde o Black Metal, passando por estilos como Doom,Thrash,Groove Metal,etc..tudo possui algo que remete ao quarteto de Birmingham. Esse disco é um perfeito exemplo de como não ter medo de ir contra os padrões de uma época e se não fosse esse disco talvez hoje todos nós estivéssemos sentados num parque florido , fumando incenso e escutando Mariah Carey.

Por  Diogo  Franco



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